Também chamado de “pedra no rim” ou “litíase urinária”, o cálculo urinário é formado pela agregação de sais que compõem a urina, formando verdadeiras pedras no sistema urinário (rim, ureter, bexiga ou uretra). Eles podem acometer pessoas de todas as idades, porém são mais frequentes em homens entre 20 e 40 anos.
Não existe uma teoria absoluta sobre a formação do cálculo. O mais provável é que aconteça uma supersaturação de algumas substâncias da urina que formam cristais e, em seguida, se agregam formando o cálculo. Essa supersaturação pode ocorrer pelo aumento de determinada substância na urina ou pela redução do volume de urina.
No entanto, a presença de cristais no exame de urina não necessariamente indica que a pessoa tenha cálculo urinário.
Histórico pessoal prévio de cálculo;
Histórico familiar de cálculo;
Baixa ingestão de líquido;
Alimentação composta por excesso de proteínas animais (carnes), gordura e sal e baixa ingestão de cálcio;
Infecção urinária crônica;
Sedentarismo;
Obesidade;
Malformações do rim;
Antecedente de cirurgia bariátrica devido ao aumento da absorção intestinal de certas substâncias que favorecem a formação de cálculo.
O cálculo urinário, muitas vezes, é assintomático, e o paciente só descobre o problema por meio de um exame de imagem, como a ultrassonografia ou tomografia do abdome, por exemplo. Quando algum sinal se manifesta, é comum notar:
cólica renal: dor intensa no flanco que irradia para a região abdominal anterior e inferior, podendo chegar até a genitália;
sangramento na urina;
vômitos;
aumento da frequência urinária e redução do volume de urina.
Atenção! Alguns pacientes podem confundir os sintomas da cólica renal com problemas musculares ou de coluna lombar (lombalgias).
Durante o processo de eliminação natural do cálculo, ele deixa o rim e se dirige para o ureter, canal que leva a urina do rim até a bexiga. A presença do cálculo no ureter pode gerar uma obstrução parcial ou total do fluxo de urina e, consequentemente, uma dilatação brusca do rim e do ureter. Essa dilatação do rim e do ureter pela urina é a causa da dor na cólica renal.
A cólica renal é uma emergência médica. É necessário buscar atendimento imediato para que o paciente seja medicado e as dores sejam aliviadas. Só então é possível realizar exames para confirmar o diagnóstico e definir o tratamento. Geralmente, os medicamentos utilizados são os analgésicos e os anti-inflamatórios. Em caso de dor muito intensa podem ser utilizados opiáceos.
Ultrassonografia;
Rx simples de abdome;
Urografia excretora;
Tomografia de abdome – considerado e melhor exame para diagnóstico de cálculo urinário.
De forma geral, os cálculos ureterais são pequenos e saem espontaneamente pela urina, não sendo necessária a intervenção cirúrgica. A urgência da cólica renal é o controle da dor.
Uma das modalidades de tratamento do cálculo ureteral é a terapia médico expulsiva, onde usa-se medicações específicas para ajudar a eliminação do cálculo. Logicamente isso deve ser realizado com acompanhamento médico.
A cirurgia é indicada para cálculos que dificilmente seriam eliminados espontaneamente. São aqueles com grande volume ou localizados em áreas do rim que são desfavoráveis para a eliminação espontânea. Outras situações são:
Dor que não cede ao uso de medicação;
Alteração do funcionamento do rim;
Presença de infecção urinária;
Pacientes com rim único;
Cálculos nos dois ureteres simultaneamente;
Falha da terapia médico expulsiva;
Baixa probabilidade de eliminação espontânea (cálculos grandes – maiores que 7mm, cálculos que geram grande dilatação no rim, cálculos que estão no ureter muito próximos do rim).
A cirurgia chamada de endourológica é realizada por endoscopia através da uretra, sem cortes. Utiliza-se para isso aparelhos especiais chamados ureteroscópios. Uma vez visualizado o cálculo, utiliza-se alguma fonte de energia (hoje a mais comum é o laser) para quebrar o cálculo. Pode-se também apreender o cálculo com um cateter especial chamado Basket e a partir de então retirar o mesmo inteiro ou então os fragmentos remanescentes após a litotripsia (quebra do cálculo).
Muitas vezes há indicação de colocar um cateter (cateter duplo J) que fica internamente, com uma ponta no rim e outra na bexiga. Ele mantém o ureter pérvio, promovendo a livre passagem de urina, até que os fragmentos restantes sejam eliminados e haja cicatrização local. O mesmo é retirado após algumas semanas também por endoscopia da bexiga. Outros tipos de cirurgia, como a cirurgia aberta (com corte no abdome), têm indicação bem restrita nestes casos.
Litotripsia Extracorpórea por Ondas de Choque (LEOC): fragmentação do cálculo através de uma máquina externa que promove “ondas de choque”. Essas ondas fragmentam o cálculo em pedaços menores para que possam ser eliminados. Tem sua indicação restrita a cálculos pequenos localizados na pelve do rim. Sua indicação tem diminuído especialmente na Europa e nos Estados Unidos devido a um possível risco de desenvolvimento de Diabetes e Hipertensão (por dano direto ao rim e pâncreas).
Nefrolitotripsia percutânea: é um procedimento minimamente invasivo, utilizado para o tratamento de cálculos renais maiores que 2cm ou também para cálculos complexos (coraliformes). Esse procedimento inicia-se com uma punção do rim com agulha, através da pele, guiado por raio-x. A partir de então promove-se uma dilatação daquele orifício até 1 a 2cm para dar entrada a um aparelho chamado nefroscópio. Esse método permite a retirada de fragmentos maiores de cálculos.
Cirurgia aberta ou cirurgia laparoscópica: são utilizados alternativamente aos métodos acima descritos. Geralmente são indicados na falha de um desses procedimentos ou em casos mais complexos.
Ingerir cerca de 2 litros de água ao dia: a ingestão de líquidos promove maior diluição da urina, dificultando a cristalização de substâncias formadoras de cálculo.
Ingerir sucos de frutas cítricas: esses sucos possuem citrato na sua composição, um protetor contra a formação de cálculo urinário.
Reduzir o consumo de sal: excesso de sal promove aumento da excreção urinária de cálcio, um dos principais componentes dos cálculos urinários.
Não fazer restrição de cálcio: ao contrário do que se acreditava antigamente, a restrição de cálcio aumenta a absorção de oxalato, que é outro componente importante na formação de cálculo. Por isso a recomendação é a ingestão normal de alimentos que contenham cálcio (leite e derivados).
Consumir frutas e vegetais: graças as suas características nutricionais e grande quantidade de líquido esse tipo de alimento é protetor contra formação de cálculo.
Controlar o peso: em obesos há aumento da excreção urinária de substâncias que promovem a formação de cálculo.
Praticar exercício físico: o sedentarismo está associado com a maior incidência de cálculo urinário.
Top, atencioso e efetivo. Explicou perfeitamente e entendeu... Ver todas as opiniões (22)