A vasectomia é considerada uma forma de contracepção masculina de caráter definitivo. Porém com o avanço da medicina, esse procedimento pode ser revertido. Atualmente, cerca de 6% dos pacientes vasectomizados desejam fazer a reversão de vasectomia, geralmente decorrentes de novos relacionamentos. Porém, diferente da baixa complexidade da vasectomia, a sua reversão é um procedimento extremamente delicado, que necessita de técnicas microcirúrgicas.
Reversão de vasectomia é realizada conectando novamente as duas extremidades do ducto deferente (cortadas na vasectomia) ou conectando uma extremidade do ducto com o epidídimo. Devido a grande complexidade do procedimento, a qualidade da técnica cirúrgica cuidando dos mínimos detalhes é extremamente importante. Para realizar um procedimento de reversão microcirúrgica de vasectomia, é necessária uma equipe treinada em microcirurgia, assim como materiais delicados e específicos para o procedimento. Além disso, microscópio microcirúrgico de alta qualidade, fios cirúrgicos extremamente finos (mais finos que fio de cabelo) e uma clínica ou hospital adequados para o procedimento são essenciais.
É muito importante salientar, que as taxas de sucesso para a reversão microcirúrgica da vasectomia têm relação direta com o tempo de vasectomia, embora seja possível reconstruir ductos há mais de 15 anos de procedimento, quanto maior o tempo, piores os resultados.
Quando feita até 3 anos após a vasectomia, a reversão microcirúrgica tem uma chance de sucesso de mais de 95%, com uma chance de levar a gravidez acima de 75%. Mesmo após uma falha na reversão da vasectomia, é possível realizar uma nova tentativa, porém devido a diversos fatores, as segundas operações podem ser bem mais complexas e exigir mais tempo para sua realização, além de terem piores resultados quando comparados a primeira cirurgia feita adequadamente.